sábado, 30 de agosto de 2008

EMPATE QUE SOUBE A POUCO


FICHA DO JOGO


O FC Porto encarou este jogo com toda a responsabilidade e Jesualdo Ferreira surpreendeu tudo e todos, quer no posicionamento da equipa em campo, utilizando o 4x4x2, com o quarteto do meio campo formando um losango, quer na composição da equipa com algumas alterações.

Na defesa Rolando apareceu no lugar de Pedro Emanuel e Fucile no lugar de Benítez. No meio campo Fernando fez o lugar de trinco no vértice mais recuado do losango, Meireles e Tomás Costa na sua frente e Lucho Gonzalez no vértice mais adiantado, com Lisandro e Rodriguez na frente de ataque.

O ritmo de jogo começou forte com as equipas a tentarem encaixar-se, tendo os Dragões começado por tentar travar as investidas do adversário, que freneticamente procuravam a baliza de Helton. O Porto foi sustendo essa tentativa procurando uma toada mais calma com a bola a girar de pé para pé, lançando o ataque pela certa. Aos 10' Lucho Gonzalez foi agarrado na área de rigor e o árbitro apontou a marca da grande penalidade. El Comandante apesar de muito assobiado no momento da marcação não perdoou.

Os azuis e brancos sentiram que se forçassem mais um pouco aquela defesa contrária abanaria e Lisandro Lopez só não desferiu o golpe de misericórdia muito graças à estrelinha que protegeu a equipa da casa num lançamento de Lucho para Lisandro que descaído pela direita rematou cruzado levando a bola a esbarrar com estrondo no poste mais distante com Quim, irremediavelmente batido. Entretanto lá atrás Rolando, Bruno Alves e Fernando iam dando conta do recado, eliminando as frenéticas mas pouco esclarecidas investidas anfitriãs.

No segundo tempo o FC Porto surgiu com Guarín no lugar de Tomás Costa que, ao contrário do costume estava com dificuldades em colocar bem a bola, nos seus companheiros mais adiantados.

Depois de suster mais algumas investidas encarnadas, Lisandro Lopez voltou a ter nova oportunidade soberana para matar o jogo, em posição frontal à baliza e apenas com Quim pela frente não foi capaz de acertar na baliza na conclusão de um cruzamento rasteiro de Guarín pela direita. Perdida escandalosa!

Quem não marca sofre, é dos compêndios. Essa máxima concretizou-se aos 55', numa altura em que o Porto controlava a partida. Helton, num gesto técnico imperfeito coloca a bola, vinda de um cruzamento da direita, na cabeça de Cardozo que com toda a calma agradeceu a oferta atirando para a baliza, apanhando na trajectória o guarda-redes portista que mais uma vez não esteve bem ao deixar passar o esférico que Bruno Alves ainda pontapeou já no interior da baliza. Estava alcançado o empate. Três minutos depois o grego dos mouros (esse mesmo que duas épocas antes arrumou com o Anderson) voltou a fazer das dele. Enfiou mais uma cacetada em Rodriguez e foi tomar banho mais cedo.


Jesualdo reagiu rápido fazendo entrar Hulk para substituir Fernando, numa aposta evidente no ataque para ganhar o jogo. Quique teve de se defender e fez a substituição de sentido inverso, retirando um avançado, Cardoso para a entrada de Sidnei. Estava instalado o famoso "autocarro" na frente da baliza de Quim.

Hulk entrou determinado e pôs à prova o guardião lisboeta que lá foi detendo com alguma dificuldade os seus potentes remates. Nos quinze minutos finais, a turma portista desarticulou-se um pouco não aproveitando o cansaço evidente dos jogadores contrários, que acabaram o jogo de gatas. Yebda, Aimar, Reyes e Di Maria deram o estoiro e os azuis e brancos não souberam tirar partido da situação. Candeias ainda entrou numa ultima tentativa mas o resultado não sofreu alteração.

Fica a sensação que o Porto perdeu dois pontos face ao que se passou no terreno.

Rolando, Bruno Alves, Fernando, Raúl Meireles, Rodriguez e Hulk estiveram em evidência, sendo para mim Lucho Gonzalez o melhor jogador em campo.

Helton não esteve tão bem pois devia ter evitado o golo do empate. Tomás Costa também não foi feliz.

A arbitragem do portuense Jorge Sousa esteve demasiado rigorosa na amostragem de alguns amarelos a jogadores portistas, alguns mesmo inconcebíveis.

O insólito aconteceu aos 20'. Um fanático lampião, equipado a rigor, com uma espécie de turbante vermelho com um nó no alto da cabeça com as pontas como dois pequenos chifres (a fazer lembrar o diabo) invadiu o relvado e pelas costas (num acto cobarde) agarrou o pescoço do árbitro auxiliar, dando-lhe uns safanões. A segurança(???) demorou a reagir e o energúmeno teve ainda tempo de voltar à bancada onde recebeu a protecção da sua tribo na tentativa de impedir a detenção pela polícia. Enfim, mais uma exemplar lição do nobre povo do circo da Luz.
Aguardo com expectativa o natural branqueamento deste acto, quer pela imprensa amestrada quer pela "avermelhada" CD da Liga.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

FUNDIR A LUZ COM LABAREDAS DE DRAGÃO

É já amanhã que o FC Porto entra em jogo para cumprir a segunda jornada da Liga Sagres. A deslocação à capital do império vai trazer certamente alguns escolhos para ultrapassar quer fora quer dentro do campo de jogo.

Relembro o clima de hostilidade com que os mouros sempre nos têm recebido, este ano agudizado pelo comportamento escabroso e cobarde da claque rebelde, aquando da deslocação dos adeptos portistas ao jogo de hóquei em patins, onde fizeram arder a camioneta que os transportou. A par disso o comportamento ridículo da tribo vermelha na luta por uma presença na Champions League via secretaria, liderada pelo grande chefe "Orelhas grandes". Teme-se portanto desenvolvimentos pouco dignos ou não nos deslocássemos ao reduto inimigo.

Dentro do campo esperamos também forte réplica dado que os lampiões vão fazer o jogo da vida deles, agora que estão com uma equipa recheada de craques, com Réys... e respectivos camelos!

Quanto aos tricampeões nacionais, a saúde anímica parece estar restabelecida depois de esquecida e ultrapassada a primeira derrota da época na Supertaça.

Jesualdo tem procurado insuflar confiança nos atletas, especialmente nas aquisições recentes.

Em relação ao jogo contra o Belenenses, Mariano lesionado não foi convocado tal como Bolatti, este por opção técnica. Candeias, Lino e Fernando são as novidades.

Não creio que o professor arrisque grandes alterações em relação à equipa titular que jogou na 1ª jornada. Na ausência de Mariano talvez não fosse desaconselhado apostar no jovem Candeias para fazer a ala. Contudo não acredito que Jesualdo lhe confie tal responsabilidade.

Como já afirmou que manterá o habitual sistema táctico do 4x3x3, tudo leva a crer que, mais uma vez sacrificará Lisandro Lopez, deslocando-o do seu lugar natural para introduzir, eventualmente, o incrível Ulk. A ver vamos. Uma coisa é certa, os Dragões jogarão com o pensamento na vitória:

«Apesar de termos noção da dificuldade que contempla este jogo para nós e para o Benfica, estamos preparados para continuar a alcançar bons resultados no Estádio da Luz. É esse o nosso objectivo. Queremos ter uma equipa que cumpra as nossas convicções tácticas, sabendo que temos de jogar em níveis de alta concentração , num momento da época que até não é o ideal para nenhuma equipa. Ainda assim, sentimos que temos evoluído ao longo das última semanas e temos condições para discutir o jogo e o resultado. E recordo que um bom resultado para o FC Porto é sempre ganhar.» Foram as primeiras palavras de Jesualdo Ferreira.

Lista dos convocados: Helton, Nuno, Sapunaru, Pedro Emanuel, Bruno Alves, Benítez, Fucile, Rolando, Lino, Raúl Meireles, Tomás Costa, Lucho Gonzalez, Fernando, Guarin, Lisandro Lopez, Hulk, Cristian Rodríguez, Candeias e Farías.

EQUIPA PROVÁVEL

O jogo vai disputar-se amanhã Sábado pelas 20:45 h
Árbitro: Jorge Sousa - A.F. do Porto
Transmissão: SporTv1

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

NA EUROPA QUE MERECEMOS

Foram hoje conhecidos os adversários do FC Porto na edição desta época da Liga dos Campeões Europeus (Champions League).

Do pote 1 saiu o Arsenal de Inglaterra, do pote 3 o Fenerbahçe da Turquia e do pote 4 o Dínamo de Kieve da Ucrânia. O FC Porto encontrava-se no pote 2. Os quatro clubes fazem parte do grupo G.

Parece-me um grupo equilibrado pelo que os Dragões terão de dar o seu melhor se quiserem passar a fase de grupos.


CALENDÁRIO

17 de Setembro: FC Porto - Fenerbahçe

30 de Setembro: Arsenal - FC Porto

21 de Outubro: FC Porto - Dínamo de Kiev

5 de Novembro: Dínamo de Kiev - FC Porto

25 de Novembro: Fenerbahçe - FC Porto

10 de Dezembro: FC Porto - Arsenal

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

BAÚ DE MEMÓRIAS

26 de Maio de 2004 foi o dia da concretização do objectivo. Gelsenkirchen, cidade alemã que já todos os portistas pronunciavam com toda a facilidade, foi o destino de uma grande falange de apoio, que por todos os meios ao dispor se deslocou numa romaria entusiasta e confiante, certa de que as finais, mais do que para serem disputadas são para vencer. O adversário era o Mónaco e o Estádio Arena Aufshalk o palco.


GELSENKIRCHEN/2004 - DO SONHO À REALIDADE (PARTE II)

Antes do jogo podemos assistir a um espectáculo recheado de momentos de magia e sedução. Mas era o jogo que todos queriam presenciar e que rapidamente começasse para vencer a ansiedade.

O dinamarquês Kim Nielsen apitou para o início e o Mónaco assustou por duas ocasiões, ambas pelo rapidíssimo Giuly, nos primeiros três minutos do encontro. Vítor Baía, bem concentrado opôs-se com toda a determinação, saindo dos postes para chegar primeiro que o avançado monegasco, numa dessas jogadas. Estas duas intervenções terão sido marcantes para o desenrolar do jogo.

O Porto assentou o seu jogo e equilibrou a partida até que aos 39' se adiantou no marcador por Carlos Alberto num remate, em posição frontal e à meia volta, ao ângulo superior esquerdo da baliza de Roma. O Mónaco bem tentou a reacção mas o Porto dominava.

O segundo golo apareceu aos 71' por Deco. Alenitchev bem lançado na esquerda, aproveitando o desbalanceamento da defesa monegasca, entrou na área e no momento certo endossou a bola a Deco que junto à marca de grande penalidade, liberto de marcação colocou a bola fora do alcance do guarda-redes, obtendo um belo golo.

O adversário acusou muito este golo e quatro minutos após Alenitchev, outra vez solto do lado esquerdo, recebeu o passe de Derlei, invadiu com decisão a área e à saída de Roma fuzilou para o 3º golo. Foi o delírio, a vitória já não podia escapar. A multidão azul vibrava, cantava, festejava.

17 anos depois o FC Porto sagrava-se Bicampeão europeu, para gáudio dos portistas e desespero dos ressabiados.

No final do jogo, a cidade do Porto explodiu de entusiasmo. As ruas foram invadidas pelos carros que buzinavam ruidosamente com as bandeiras a desfraldar ao vento. Foi uma noitada de S. João. No aeroporto eram muitos os que esperavam a equipa que chegou a altas horas da madrugada.

Os atletas foram encaminhados para um trio eléctrico que demorou horas a percorrer, num cortejo triunfante, o percurso do aeroporto Sá Carneiro até à Alameda das Antas, onde os portistas se juntaram em massa para confraternizar com a equipa, que mesmo depois do esforço do jogo e da viagem não esmoreceram e proporcionaram momentos de júbilo e exaltação clubista.

Apenas um senão. A atitude de José Mourinho que, acusando o complexo de novo-riquismo, não se associou aos festejos, abandonando a equipa logo após o jogo.

Jogadores utilizados na competição: Vítor Baía, Paulo Ferreira, Jorge Costa, Ricardo Carvalho, Nuno Valente, Costinha, Maniche, Deco, McCarthy, Derlei, Ricardo Costa, , Pedro Mendes, Alenitchev, Ricardo Fernandes, Jankauskas, Bosingwa, Pedro Emanuel, Marco Ferreira, César Peixoto, Mário Silva, Hugo Almeida, Bruno Morais e Carlos Alberto.

Na imagem da esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Jorge Costa, Nuno Valente, Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho e Costinha; em baixo: Pedro Mendes, Maniche, Carlos Alberto, Deco e Derlei

domingo, 24 de agosto de 2008

GANHAR TRANQUILAMENTE

FICHA DO JOGO

(Clic no quadro para ampliar)

O FC Porto fez o que lhe competia ao vencer o Belenenses, nu
ma partida complicada mais pelas dificuldades que os lisboetas quase sempre colocaram à manobra ofensiva dos dragões. Tal como previra, Jesualdo manteve o quarteto defensivo, ignorando as críticas e apresentou o meio campo algo modificado, com o atraso de Meireles para trinco e a introdução na equipa de Tomás Costa. Na frente reapareceu Mariano Gonzalez, recuperado da indisposição que o apoquentou e afastou da Supertaça.

A verdade é que tais alterações contribuíram para um futebol mais fluído ainda que o adversário tudo fizesse para tapar os caminhos da sua baliza.
Raúl Meireles aos 4' ensaiou de longe um remate perigoso e dez minutos mais tarde Mariano Gonzalez, com rara oportunidade e alguma felicidade desviou a bola, depois de um remate forte de Lisandro que o guarda-redes defendeu com muita dificuldade para a frente, aparecendo o defesa China na tentativa de aliviar para canto a atirar a bola contra o argentino, que nunca desistiu do lance, e a fez anichar-se nas redes.

O FC Porto aproveitou então para controlar o jogo e aos poucos foi criando outras oportunidades.
Aos 37' o golo só não aconteceu porque o árbitro auxiliar inventou um fora de jogo incrível de Sapunaru que juntamente com Lisandro Lopez aparecerem isolados na cara do golo, prontos para facturar, ambos em posição legal. O golo solitário ao intervalo era já lisonjeiro para o Belenenses que nunca foi capaz de construir jogadas de verdadeiro perigo.

No segundo tempo os portistas continuaram a exercer domínio e controlo. Lisandro esteve infeliz no remate desperdiçando duas boas situações de golo. O adversário foi entretanto pondo mais à prova a defensiva portista que em bolas paradas esteve um pouco insegura.

O melhor do jogo apareceria aos 82' com um golo espectacular do avançado Hulk que havia entrado para o Lugar de Rodriguez. Remate forte, sem preparação, colocado e sem hipóteses de defesa.

Sem ter conseguído uma grande exibição, o FC Porto triunfou com toda a justiça por números que julgo escassos para as oportunidades criadas e não aproveitadas. Lucho, Tomás Costa, Mariano e Hulk foram os portistas em maior evidência.

O FC Porto cumpre o milionésimo dia de liderança no campeonato nacional. É obra!

PASTEIS DE BELÉM A ABRIR

Arranca hoje no Dragão a corrida para o desejado tetra. O jogo inaugural dos portistas no Campeonato Nacional, designado esta época por Liga Sagres, vai ter como opositor um adversário que de quando em vez comete umas proezas no nosso reduto, o Belenenses.

A época passada foi, como se recordam, o responsável pelos primeiros pontos cedidos no Dragão ao obter um empate, interrompendo uma série 100% vitoriosa de oito jogos consecutivos no arranque do Campeonato.

É pois necessária toda a concentração e empenho para levar de vencida esta sempre difícil formação, agora treinada por Casemiro Mior e digerir saudavelmente os pasteis de Belém.

Jesualdo Ferreira teve uma semana complicada para preparar este jogo, tendo em conta a ausência de grande parte dos jogadores internacionais que estiveram envolvidos em jogos das respectivas selecções. Só na Sexta-feira passada o plantel ficou completamente à disposição do treinador e após algumas viagens longas e desgastantes é possível que a equipa titular venha a sofrer alguns ajustes.

O Professor convocou os seguintes atletas: Helton, Nuno, Sapunaru, Pedro Emanuel, Bruno Alves, Benitez, Fucile, Rolando, Lino, Guarín, Raúl Meireles, Lucho Gonzalez, Bolatti, Tomás Costa, Mariano Gonzalez, Lisandro Lopez, Cristian Rodriguez, Hulk e Farías.

Face à tradicional teimosia de Jesualdo a equipa titular não deverá ser muito diferente da apresentada no Algarve, na semana passada, com a inclusão desta vez de Mariano Gonzalez na ala direita permitindo a Lisandro Lopez jogar no seu lugar natural de ponta de lança em vez de Farías. Contudo, segundo os zum zuns da imprensa desportiva, o professor estará eventualmente a preparar outra alteração. O posicionamento de Raúl Meireles a trinco com a derivação para a sua habitual posição de Tomaz Costa ou do próprio Guarín. A ver vamos!

EQUIPA PROVÁVEL

(Clic na imagem se a quiser ver ampliada)

O jogo terá lugar no Estádio do Dragão pelas 19:15h.
Árbitro: Artur Soares Dias - A.F. Porto
Transmissão televisiva: RTP 1

Espero muito público e mais uma vitória.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

BAÚ DE MEMÓRIAS

Depois de um interregno para férias, volto hoje ao Baú para mais uma evocação dos feitos do nosso Clube.

GELSENKIRCHEN/ 2004 - DO SONHO À REALIDADE (PARTE I)

De pronúncia aparentemente complicada, o nome da cidade alemã adquiriu repentinamente uma sonoridade musical que os adeptos portistas aprenderam a entoar com a habitual capacidade muito portuguesa.

Gelsenkirchen ficou na memória portista como mais uma página gloriosa a juntar a tantas outras que compõem a riquíssima história do FC Porto. Depois de Sevilha, o topo da Europa deixara de ser uma miragem para se tornar um objectivo cada vez mais real. Todos nós, adeptos, atletas, equipa técnica e responsáveis portistas, sentimos que adicionando um pouco mais de ambição à organização, classe e trabalho honesto e dedicado, imagem de marca da equipa de Mourinho, teríamos tudo para sermos ainda mais felizes. A Champions League estava transformada numa prova milionária, talhada para os "tubarões" europeus. Contudo, o sonho comanda a vida e não paga imposto.

O sorteio colocou-nos no Grupo F com o Partizan (Sérvia), Real Madrid (Espanha) e Marselha (França).

O primeiro embate teve lugar em Belgrado, frente ao Partizan treinado pelo alemão Lothar Matthaus. O Porto fez uma exibição cautelosa com uma primeira parte de domínio que lhe garantiu o ascendente no resultado com um golo de Costinha aos 22'.
Outros ficaram por marcar deixando para a segunda metade uma reacção da equipa da casa que pressionou e acabou por igualar a partida aos 54'. O empate final acabou por ser justo.

A segunda jornada, no Estádio das Antas, proporcionou aos adeptos portistas o privilégio de ver evoluir uma autêntica constelação de estrelas, os galácticos do Real Madrid (Figo, Zidane, Ronaldo, Solari, Roberto Carlos...), comandados por Carlos Queirós.

Os Dragões, talvez empolgados pela fama dos espanhóis rubricaram uma exibição deveras prometedora só atraiçoada pela eficácia atacante dos categorizados jogadores adversários. O Porto até marcou cedo, aos 5' por Costinha e produziu um futebol vistoso e personalizado. Acabou por sofrer uma derrota tão pesada quanto injusta (1-3) muito à custa de Casillas e da classe de Solari e Zidane.

O terceiro jogo disputou-se no Estádio Vélodrome frente ao Marselha onde os azuis e brancos voltaram a deixar uma imagem muito positiva, concretizando uma exibição de grande classe, raça, determinação e coragem. Começou a perder aos 24' com golo de Drogba, mas deu a volta ao marcador por Maniche (31'), Derlei (35') e Alenitchev (81'). Marlet (84') encerrou a contagem fixando o resultado em 2-3.

Os franceses deslocaram-se ao Estádio das Antas na 4ª jornada. Era importante vencer para garantir o 2º lugar do Grupo. O Porto não só venceu como convenceu. Explanou no terreno um esquema que lhe permitiu comandar de princípio ao fim todos os parâmetros do jogo. Foi dominadora, controladora e personalizada a exibição portista. Alenitchev (20') foi o autor do golo que ditou o resultado final: 1-0.

A 5ª jornada levou às Antas os sérvios do Partizan. O FC Porto apresentou-se coeso, compacto e muito seguro. Tinha a consciência da importância de mais uma vitória em casa, pois esta garantiria definitivamente a passagem aos quartos-de-final. E foi o que aconteceu. McCarthy (23' e 50') fez os golos de um resultado que acabou em 2-1, com o tento forasteiro apontado aos 90' por Delibasic.

A visita a Madrid para defrontar o Real , na 6ª e última jornada da fase de grupos foi um jogo para cumprir calendário já que as equipas em presença tinham já garantido as duas primeiras posições e respectivo acesso à fase seguinte. Havia no entanto o prestígio para defender, um valor monetário para discutir e principalmente um resultado para rectificar. Foi com este espírito que os Dragões pisaram o relvado do Santiago Barnabéu.

Despidos de preconceitos ou complexos assumiram o jogo e nem o golo merengue aos 9', por Solari, conseguiu esmorecer o desejo de construir um resultado positivo e uma exibição dignificante. Apesar do empenho ainda não seria dessa vez que a vitória sorriria, mau grado as oportunidades criadas. Derlei (34') fez a igualdade de grande penalidade, tornando o FC Porto na primeira equipa portuguesa a pontuar no místico Estádio espanhol.


O Estádio do Dragão, estreado oficialmente em competições europeias, foi o palco de um jogo de sonho da 1ª mão dos oitavos-de-final. Nada mais nada menos que o colosso e milionário Manchester United de Cristiano Ronaldo, foi a vítima de um Dragão de luxo, numa noite de inspiração que desbaratou os ingleses. Pena que o resultado (2-1) tenha ficado bem longe do que seria justo, tal o banho de bola com que os portistas brindaram o seu famoso adversário. Fortune (13') inaugurou o marcador e McCarthy (28' e 77') fechou a contagem. O 2-1 acabou por ser um resultado lisonjeiro para os ingleses, deixando tudo em aberto para a 2ª mão.

Old Trafford ia receber pela sétima vez uma equipa portuguesa. As seis anteriores partidas tinham redundado em tantas outras vitórias para o Manchester United, uma das razões que levaram os ingleses a encarar esta eliminatória com muito optimismo. O estádio estava cheio e vibrante, num ambiente infernal com os cânticos característicos dos britânicos. O Porto sabia das dificuldades que iria encontrar e preparou-se anímica e tacticamente. Scholes aos 31' deu vantagem no marcador e na eliminatória, tornando o ambiente ainda mais hostil. Os Dragões sabiam que podiam fazer história e continuaram a lutar com coragem, frieza, calculismo, talento, e cultura táctica. Souberam debelar situações de apuro e puseram à prova a capacidade de sofrimento. A dois minutos do fim Costinha sentenciou a eliminatória com um golo de rara oportunidade, calando Old Trafford e deixando os adeptos ingleses com expressões de incredibilidade. Estavam abertas as portas do quartos-de-final.

Os franceses do Lyon foram os nossos adversários. Coube-lhes deslocarem-se ao Dragão , na 1ª mão, que encheu de adeptos cada vez mais entusiasmados e esperançados num bom resultado. O FC Porto adoptou neste jogo uma atitude prudente e calculista, fazendo um jogo seguro, pela certa e sem correr riscos. Confirmou o seu favoritismo marcando dois golos, por Deco (44') e Ricardo Carvalho (71').

O jogo da segunda mão não foi propriamente um passeio. Os adeptos franceses, muito ruidosos prepararam um inferno na tentativa de intimidarem os nossos jogadores. No entanto, a estatura anímica da equipa esteve à altura dos acontecimentos e cedo deixou vincadas as suas intenções de querer continuar na prova. Maniche aos 6' fez funcionar o marcador. O Lyon, apesar de mais afastado do objectivo não desistiu e deu réplica igualando o marcador aos 14'.

Vítor Baía foi na primeira parte um obstáculo importante às investidas francesas, transmitindo confiança aos companheiros. Maniche, também ele com exibição inesquecível, voltou a marcar aos 46' lançando os Dragões para uma segunda parte de grande nível onde também Deco sobressaiu. Perto do fim (86') o Lyon obteve o empate (2-2) mas ficava garantida a passagem do FC Porto às meias-finais.


O Dragão vestiu-se de gala para receber o Deportivo da Corunha na 1ª mão. O clube galego apresentou-se muito táctico, com o trabalho de casa bem assimilado, amarrando as peças criativas do FC Porto que desta forma não conseguiu produzir o futebol que estava ao seu alcance.

Mesmo assim criou mais oportunidades de golo que os espanhóis e só a actuação desastrada do árbitro alemão Markus Merk impediu que os Dragões chegassem à vitória ao não assinalar uma grande penalidade evidente. O resultado foi uma igualdade a zero a deixar grandes interrogações para o jogo em Espanha.


Na Corunha o ambiente era de festa. A edilidade associara-se ao clube da cidade engalanando o edifício com as cores azuis e brancas do Deportivo e o estádio do Riazor apresentou-se repleto e todo vestido dessas cores onde apenas os emblemas marcavam a diferença. Lindo!

O FC Porto fez questão de mostrar porque se encontrava nesta fase da prova, oferencendo uma exibição esplendorosa e muito personalizada onde o "ninja" Derlei foi um autêntico diabo à solta deixando os galegos de cabeça perdida. O italiano Pierluigi Colina fez neste jogo o que o seu companheiro alemão não fizera no primeiro jogo. Assinalou bem uma falta merecedora de penalidade máxima que Derlei não enjeitou aos 58', colocando o Porto na final.Gelsenkirchen era uma realidade.

domingo, 17 de agosto de 2008

CONTRA OS CHORÕES... MAIS DESILUSÕES!

FICHA DO JOGO

Ficou provado que ganhar Taças não é, definitivamente a vocação de Jesualdo Ferreira! Como também não sabe ganhar ao Sporting.

O jogo da Supertaça não foi nada agradável, em termos de futebol, tendo o FC Porto sido o principal responsável ao ter rubricado uma exibição descolorida, frouxa, apagada, sem inspiração, com algum desnorte à mistura, muito longe do que todos esperávamos e que está ao alcance destes jogadores.

Jesualdo fez alinhar a formação que vinha ensaiando, onde só faltou Mariano Gonzalez, afastado por uma gastroenterite de última hora que o reteve na cidade do Porto.

Cedo se notou a dificuldade dos portistas para tomarem conta do jogo, resultado de uma deficiente transposição para o ataque face às constantes perdas de bola a meio campo que resultavam em entregas para os adversários, que sempre melhor organizados foram levando a água ao seu moinho. Rochemback começou a criar perigo em lances de bola parada marcados perto da área. Só por volta da meia hora o Porto deu um ar da sua graça quando Lucho em remate forte e colocado fez a bola esbarrar no poste leonino. Foi o canto do cisne.

Antes de recolher aos balneários para o descanso, os Dragões foram surpreendidos por um lance em que a defesa ficou a ver a "banda passar" para o avançado sportinguista, completamente à vontade, empurrar a bola para as redes de Helton que nada pode fazer.

A segunda parte não foi melhor apesar da tentativa de Jesualdo, com as substituições. Hulk mais trabalhador e mais rematador esteve também muito trapalhão e Candeias apesar de se mostrar inconformado conseguindo duas ou três boas intervenções (foi o responsável pela grande penalidade cometida por Caneira), não foram capazes de mudar o rumo dos acontecimentos. Sapunaru comprometeu ao contribuir de forma decisiva para o segundo golo leonino e até Lucho não foi capaz de transformar em golo a grande penalidade.

Não entendo como Fucile continua a não ser opção, tendo em conta a sua experiência bem como a sua capacidade, que em abono da verdade se encontra acima uns furos de quaisquer dos outros laterais do plantel.

Os menos maus entre os portistas foram Candeias e... Lucho Gonzalez!

Perdeu quem menos fez para ganhar.

sábado, 16 de agosto de 2008

NO ALGARVE MAIS UMA LUTA CONTRA OS MOUROS

Começa hoje uma longa maratona de jogos oficiais em que o FC Porto, ao contrário de outros, se perfila com legitimas aspirações, sustentadas na capacidade da sua equipa técnica e num plantel que apesar de algumas alterações me parece equilibrada e capaz de lutar pelos lugares cimeiros.

A época 2008/2009 arranca com a disputa do primeiro troféu da época, mais precisamente a Supertaça Cândido de Oliveira, que se vai disputar no Algarve, em Faro, construído para o Euro 2004 e com capacidade para cerca de 30.000 espectadores.

Esta prova já foi conquistada pelos dragões por 15 vezes, com a última vitória portista a acontecer em 2006/2007, frente ao Vitória de Setúbal por 3-0.

A Supertaça Cândido de Oliveira foi disputada por 29 vezes e os outros vencedores foram o Sporting (6), o Benfica (4), o Boavista (3) e o Vitória de Guimarães (1).

Vão estar nesta final o Campeão nacional e o vencedor da Taça de Portugal, FC Porto e Sporting, respectivamente, numa reedição da final da época passada, que os dragões perderam por 1-0, em que o "juiz" (um tal Paixão) foi figura de destaque.

Jesualdo Ferreira convocou os seguintes atletas: Helton, Nuno, Sapunaru, Fucile, Pedro Emanuel, Bruno Alves, Rolando, Benitez, Lino, Guarín, Fernando, Tomás Costa, Lucho Gonzalez, Raúl Meireles, Lisandro Lopez, Farías, Hulk, Cristian Rodriguez e Candeias.

EQUIPA PROVÁVEL


O jogo vai disputar-se às 20:45 h, com arbitragem de Carlos Xistra da AF Castelo Branco e será transmitido pela TVI.