sábado, 28 de março de 2009

QUALIFICAÇÃO QUASE UMA MIRAGEM!

Com o empate de hoje sem golos, Portugal hipotecou quase definitivamente a possibilidade de qualificação para a fase final do Campeonato do Mundo, na África do Sul.

Pode dizer-se que a exibição foi agradável, bem conseguida, com bom ritmo de jogo, bom desempenho colectivo mas com a pecha habitual que vem penalizando jogo a jogo o resultado final, a ineficácia do remate.

Os jogadores portugueses remataram muito, 26 vezes mas, com a excepção de um ou dois em que o guarda-redes sueco se opôs com determinação e classe, sem a menor qualidade. Ou para fora ou para o alcance do guardião.

Começa a ser preocupante a forma displicente de rematar à baliza. Não temos um único rematador de jeito. Sem golos não pode haver vitórias.

A tarefa fica agora a roçar o impossível tendo em conta que teremos de somar os quinze pontos que ainda nos falta discutir e ainda esperar que os competidores que estão em vantagem percam os necessários para os ultrapassarmos.

A equipa portuguesa teve a contribuição dos jogadores portistas, Bruno Alves e Raul Meireles que jogaram o tempo todo e ainda de Rolando que entrou já no último minuto da primeira parte por lesão de Bosingwa.

Estiveram os três em bom plano com exibições muito certinhas. Raul Meireles foi durante a primeira parte um dos melhores em campo com passes longos bem dirigidos e jogadas envolventes nas transições ofensivas. Baixou no segundo tempo face ao natural desgaste fisico.

FASE DE QUALIFICAÇÃO DO MUNDIAL'2010 (Grupo 1)

Estádio do Dragão, no Porto
Árbitro: Franck de Bleeckere (Bélgica)
Hora: 20.45

Equipas oficiais

PORTUGAL: Eduardo; Bosingwa (Rolando 45'+1'), Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Duda; Pepe, Raul Meireles e Tiago (Deco 62'); Danny (Hugo Almeida 66'), Cristiano Ronaldo e Simão Sabrosa.

Suplentes não utilizados: Daniel Fernandes, Gonçalo Brandão, João Moutinho e Nani.

Treinador: Carlos Queiroz.

SUÉCIA: Isaksson; Nilsson, Mellberg, Majstorovic e Johansson; Ramus Elm, Kallstrom, Svensson (Sebastien Larsson 81') e Holmen (Wihelmsson 58'); Henrik Larsson e Elmander (Berg 86').

Suplentes não utilizados: Gustafsson, Edman, Hansson e Viktor Elm.

Treinador: Lars Lagerback.

Classificação actual: Aqui

quinta-feira, 26 de março de 2009

O CONTADOR DA «CORAGEM»!

O episódio caricato em que se tornou a atitude do presidente da Liga Profissional de Futebol em retardar o acto de entrega da taça correspondente ao título de campeão nacional de futebol do escalão principal do futebol português, levou-me a criar um contador que será colocado diariamente, para contabilizar os dias que decorreram, desde que o FC Porto se sagrou campeão nacional de 2007/2008.

Como todos se recordarão cumprir-se-à no próximo dia 5 de Abril um ano, desde que o FC Porto garantiu matematicamente o título, ao golear no Dragão o Estrela da Amadora, garantindo nesse jogo o tricampeonato.

Assim sendo, completam-se hoje:


Se não lhe falta coragem, qual a razão sr. Hermínio?

quarta-feira, 25 de março de 2009

ANDEBOL, MODALIDADE DE CAMPEONÍSSIMOS

O Andebol é uma das modalidades mais afirmativas do Clube, cujo início da actividade teve lugar a 5 de Outubro de 1932.

O FC Porto detém um palmarés impressionante com destaque para os 29 títulos na primitiva e clássica versão de onze jogadores, jogada em campos de futebol pelado, em que os azuis e brancos foram os grandes dominadores no panorama nacional, até à extinção desta variante que ocorreu em 1975.

Serviu durante muitos anos, a par com o ciclismo, para encher o ego dos adeptos portistas, já que no futebol as conquistas eram muito mais raras.


Foi campeão nacional por sete vezes consecutivas, da época de 1938/1939 a 1944/1945, voltou a ganhar em 1946/1947, para fazer uma nova sequência, agora de doze títulos consecutivos, 1948/1949 a 1959/1960. Depois de um interregno de cinco épocas, voltou a dominar com nova sequência de nove títulos consecutivos, 1966/1967 a
1974/1975, época em que a versão foi extinta. Em resumo, desde 1938/1939 até à extinção o FC Porto venceu 29 dos 35 campeonatos disputados.

Equipa que venceu o primeiro campeonato nacional de andebol de onze em 1938/1939: Da esquerda para a direita, em cima: Francisco Gonçalves (Massagista), Alberto, F. Guerra, Zeferino Silva, Gomes dos Santos, Henrique Fabião e Joaquim; Em baixo: Carlos Bastos,Teófilo Tuna, Lopes Martins, Raul e José Leite.

Naturalmente, no meio de tantos campeões, torna-se difícil fazer distinções, mas arrisco citar como referências incontornáveis e respeitáveis que ficaram ligados à hegemonia portista, nomes como os de Lopes Martins, Teófilo Tuna, Henrique Fabião, Armando Campos, Madureira e Fernando Dias, entre outros.

Da esquerda para a direita, Lopes Martins, Henrique Fabião e Armando Campos

Lopes Martins é considerado o atleta mais completo e ecléctico que passou pelo FC Porto. Foi um praticante de invulgar qualidade em Futebol, Basquetebol, Andebol, Atletismo, Râguebi, Hóquei em Campo e Natação. Capitão da equipa de Andebol que venceu os campeonatos de 1938/1939, 1939/1940, 1940/1941 e 1941/1942 (quatro títulos consecutivos). Foi internacional em Basquetebol e exerceu na década de 40 as funções de treinador desta modalidade.

Henrique Fabião
, conhecido pelo «Sr. Andebol» foi o campeoníssimo capitão da equipa de andebol do FC Porto e também capitão da Selecção Nacional. Sempre se evidenciou a grande altura como extremo-esquerdo detentor de um poderoso remate. Foi campeão nacional de 1938/39 a 1944/45, em 1946/47 e de 1948/49 a 1954/55, num total de 14 títulos. Foi também treinador das equipas de andebol depois de terminada a carreira de jogador.

Armando Campos
, foi treze vezes campeão nacional de andebol de Onze (1946/47, 1948/49 a 1959/60) e sete vezes campeão nacional de Andebol de Sete (1953/54, 1956/57 a 1959/60, 1962/63 e 1963/64). Atleta denodado, impetuoso e lutador foi internacional de acção exemplar. Teve uma longa actividade ficando ligado a equipas que integraram pioneiros como Madureira e Henrique Fabião e também a outras mais novas com jogadores como Ferra, Cunha e Fernando Dias. Abandonada a prática acompanhou a modalidade como dirigente.

A modalidade conheceu outras versões, como a variante de dez e de sete. Esta última viria a tornar-se na única com importância nos panoramas, quer nacional como internacional, estando na base da extinção das restantes.

O andebol de sete começou a ser praticado em simultâneo com as outras versões, e jogado pelos mesmos atletas, inicialmente em espaços ao ar livre (rinques de patinagem ou recintos poli desportivos descobertos) para mais tarde passar obrigatoriamente a ser disputada em pavilhões gimnodesportivos ou recintos cobertos.

Esta variante foi acarinhada particularmente por um maior número de clubes provocando uma crescente competitividade.

Embora não com a mesma frequência, o FC Porto logrou vencer o campeonato nacional por 13 vezes: 1953/1954, 1956/1957, 1957/1958, 1958/1959, 1959/1960, 1962/1963, 1963/1964, 1964/1965, 1967/1968, 1998/1999, 2001/2002, 2002/2003 e 2003/2004.

Também nesta variante se poderiam citar vários atletas que se distinguiram como expoentes e campeões exemplares. Lembro-me de Carlos Resende, Rui Rocha e Petric entre outros.


Da esquerda para a direita: Carlos Resende, Rui Rocha e Petric

Carlos Resende, lateral-esquerdo. Jogador extremamente completo, para muitos o melhor andebolista português de sempre, na variante de sete. Foi considerado o melhor lateral-esquerdo no Europeu da Croácia em 2000. Campeão nacional em 2001/02, 2002/03 e 2003/04. Vencedor da Taça de Portugal em 1993/1994 e da Supertaça em 1999/00, 2000/01 e 2002/03. Distinguido em 1989 e 1990 com o «Dragão de Ouro» como «Atleta Jovem do Ano» e «Atleta do Ano», respectivamente.

Rui Rocha,
ponta esquerda, atleta exemplar, licenciou-se em medicina e dedica-se à poesia. Foi campeão Nacional de Andebol de Sete em 1998/99, 2001/02, 2002/03 e 2003/04. Ganhou a Taça de Portugal em 1993/94 e a Supertaça em 1994/95, 1999/00, 2000/01, 2002/03 e 2003/04. Distinguido com 0 «Dragão de Ouro» em 2000 como «Atleta de Alta Competição do Ano».

Aproveito já agora para convidar os eventuais interessados por esta interessante modalidade a deixar na caixa de comentários achegas a campeões que entendam merecer o devido destaque.


Equipa Campeã Nacional de Andebol de Sete em 2002/2003: Da esquerda para a direita. em cima: Petric, José Coelho, Manuel Areses, Dedu, Carlos Resende, Eduardo Filipe e Carlos Matos; Em baixo: Ricardo Costa, Davis Tavares, Hugo Laurentino, Carlos Ferreira, Rui Rocha e Mário Mateus.

Fontes: Fotobiografia de Rui Guedes; Figuras e Factos 1893-2005 de J. Tamagnini Barbosa e Manuel Dias; Revista Dragões.

segunda-feira, 23 de março de 2009

UM TROFÉU VERGONHOSO

Hermínio Loureiro, numa pose egocentrista de salvador do futebol nacional, decidiu trazer para a ribalta um novo troféu: A Taça da Liga.

Desde logo, a referida competição ficou marcada pela chantagem de Luís Filipe Vieira, que fez depender a participação do seu clube do castigo desportivo a impor ao Futebol Clube do Porto, no seu dizer, na defesa da transparência e verdade desportiva. O Presidente da Liga não hesitou um segundo a colocar-se de cocaras, garantindo ao líder vermelho o acelerar compulsivo do processo que ditou, desenvergonhadamente o roubo de seis pontos ao tricampeão nacional e silenciamento de Pinto da Costa durante dois anos.

Entretanto, sob o ponto de visto competitivo o compadrio foi sendo evidente. Alteraram-se os regulamentos da prova para servir clientelas específicas, confundiram-se interpretações de termos como «goal-average», com evidentes prejuízos para um e vantagens para outro e forjou-se uma final para satisfazer o ego dos clubes da segunda circular.

A cereja em cima do bolo seria a marcação da final para o Estádio do Algarve, eternamente ligado a um dos episódios mais desprestigiantes e escandalosos para o futebol português: O Estoril gate.

Diz o povo e com razão, que o que nasce torto tarde ou nunca se endireita. Pois a famigerada final teve o seu epílogo no Sábado passado, com um jogo onde imperou a «sarrafada» bem característico da falta de classe que ambos os conjuntos em presença há muito patenteiam.

Terminou evidentemente com uma vitória do Benfica, à Benfica, ou seja, com ausência plena da verdade desportiva, garantida por mais uma exibição de incompetência a tresandar desonestidade do «amado» Lucílio Calabote, que esteve igual a si próprio.

Os Calimeros tiveram o que mereciam, pois, voltando à sabedoria popular, quem com ferros mata com ferros morre (certamente já se esqueceram como eliminaram a equipa C do FC Porto, em Alvalade mas eu não), ficando com mais uma oportunidade para se dedicarem durante mais uma semana à sua real vocação : A lamentação.

Pertenço ao número de adeptos portistas que defende que todas as competições em que o nosso Clube aceita participar são para os encarar com espírito lutador e de vitória. Repito que não gosto de perder nem a feijões. Neste caso porém, sou obrigado a dar a mão à palmatória e aceitar que efectivamente este troféu é uma prova menor, dirigida a clubes menores que a ele se agarram com unhas e dentes como salvação de uma época e onde podem cobrar algum benefício financeiro que de outra forma não conseguiriam. Começo finalmente a entender a reduzida importância que os responsáveis do FC Porto lhe conferem.

Termino dizendo que a taça da liga é pois, um troféu à imagem do seu presidente e só lamento que uma empresa do Norte, a Unicer lhe tenha associado o patrocínio, quiçá numa tentativa publicitária de ultrapassar na zona Sul a sua concorrente comercial. Pelo andar da carruagem duvido do êxito de tal expectativa.

domingo, 22 de março de 2009

FINAL DA TAÇA MAIS PERTO

FICHA DO JOGO

(Clicar no quadro para ampliar)

Um jogo que começou em bom ritmo, marcado naturalmente pelos Dragões no sentido de ganhar uma vantagem confortável que acautelasse a deslocação à Amadora para o jogo da segunda mão da meia final da Taça de Portugal.

O FC Porto pressionou e encostou o adversário para a sua área durante quase todo o primeiro tempo, com especial relevo para a primeira meia hora onde criou várias oportunidades de golo.

Aos 9' a bola chegou mesmo a entrar na baliza do Estrela rematada por Lisandro Lopez mas o árbitro auxiliar decidiu anular por pretenso fora de jogo. Decisão que as imagens televisivas demonstraram não ser correcta.

Os golos apareceram como corolário lógico do trabalho desenvolvido pelos azuis e brancos, única equipa capaz de se impor no sentido de resolver o jogo, concretizados por Lucho Gonzalez de penalty e Raúl Meireles.

Na segunda parte o ritmo baixou e o Estrela pode finalmente respirar um pouco mais aparecendo com mais frequência no meio campo portista, chegando a criar algum perigo.

O FC Porto dispôs também nesse período de outras oportunidades que não aproveitou.

Vitória justa mas escassa que confere uma vantagem importante mas não decisiva e muito menos confortável para o segundo jogo.

Lucho, Meireles e Rodriguez foram os portistas em maior evidência.

sexta-feira, 20 de março de 2009

OSSO DURO... PARA ROER

Sei que vai ser difícil, que vamos sofrer, que vamos ter de ser uma verdadeira equipa, unida, coesa, solidária, inteligente, competente e ambiciosa.

Sei também que os adeptos terão de ser pacientes, corajosos, confiantes, apoiantes, em suma, o décimo segundo jogador.

Não vamos jogar contra uma equipa do outro mundo. Vamos defrontar uma equipa poderosa em dois jogos de futebol que espero possa ter um vencedor justo, pela raça, pelo querer, pela eficácia e pela personalidade. Falo do FC Porto naturalmente.

Algo me diz que Roma será o palco da reedição da final de 1987. Porque não? Deixem-me sonhar!

Resultado do sorteio realizado esta manhã em Nyon:


quarta-feira, 18 de março de 2009

FC PORTO, UM CLUBE ECLÉCTICO

José Monteiro da Costa foi o seguidor de Nicolau D'Almeida, tomando os destinos do FC Porto em Agosto de 1906.

Membro da União dos Jardineiros do Porto, já conhecia o futebol de uma longa estadia em Inglaterra, onde estudou a vida das plantas. Trouxe com ele bolas de futebol, botas, regulamentos e principalmente ideias actualizadas sobre o funcionamento dos clubes.

Foi a passagem do clube, da aristocracia para as mãos da classe média. O seu crescimento acentuou-se e em poucos meses o numero de associados atingiu a centena.
A sede foi transferida da Rua da Fábrica para a Rua da Rainha (hoje Antero de Quental), perto do futuro Campo da Rainha o primeiro relvado existente no país para a prática do futebol.

O clube foi angariando mais sócios e organizando regularmente, no Campo da Rainha, jogos de futebol, gincanas e grandes torneios atléticos com exibições de boxe, ténis, corrida, pesos e halteres, ginástica, cricket, patinagem, natação de mar e water-polo (praticado no Rio Douro).

O FC Porto deixara de ser um grupo de futebol para se tornar numa ecléctica colectividade desportiva, graças à acção persistente do infatigável José Monteiro da Costa, que passou a dedicar ao clube todas as horas que a sua ocupação de horticultor lhe deixava livres.
Andebol, Atletismo, Boxe, Halterofilismo e Natação são modalidades que começaram a ser praticadas desde 1906, sendo o Atletismo a segunda modalidade, depois do futebol a aparecer no clube.

Fases de um dos torneios organizados pelo FC Porto: Na imagem, ténis, saltos com barreiras, salto em altura e corrida.

Nessa altura já o FC Porto dispunha de um complexo desportivo com um campo de ténis. O associativismo no desporto era essencialmente motivado pela prática, o que levava os praticantes a serem simultaneamente dirigentes.

O desenvolvimento da competição tornou-se exigente acompanhando o crescimento da legião de «desportistas de bancada» bem como a expansão do Clube em termos regionais. O fenómeno do ecletismo ficou imparável e os Campeões cedo começaram a aparecer em todas as modalidades.

Fontes: Fotobiografia de Rui Guedes e 100 Anos de História de Álvaro Magalhães e Manuel Dias

domingo, 15 de março de 2009

TANGO ARGENTINO EM SINFONIA QUASE PERFEITA

FICHA DO JOGO

(Clicar no quadro para ampliar)

Com os golos de Mariano e Lucho, o FC Porto carimbou mais uma vitória, no Dragão, num jogo em que a superioridade azul e branca foi mais do que evidente.

Começando em toada ofensiva, manifestando propensão para resolver cedo a contenda, os Dragões retiraram qualquer veleidade ao adversário obrigando-o a concentrar as suas unidades junto da sua área. Mesmo assim, o FC Porto criou alguns desequilíbrios e criou oportunidades para facturar muito antes de acontecer o primeiro golo.

Aos 29' Lisandro Lopez sofreu carga do guarda-redes figueirense e como prémio levou o 5º amarelo , ficando assim afastado do próximo encontro. No minuto seguinte Mariano, com um trabalho excelente fez abanar as redes concluindo o primeiro da partida.

O ritmo continuava vivo e Rodriguez, em mais uma explosão pela esquerda cruzou para o coração da área onde apareceu Lucho que apenas tinha o guardião na sua frente, a disparar de primeira... para fora! Incrível perdida.

Chegaria o intervalo pouco depois com um resultado escasso, tendo em conta o numero de oportunidades criadas e a agradável exibição produzida.

O tempo complementar mostrou um FC Porto ainda à procura de dilatar o marcador, pressionando intensamente até ao 68º minuto, altura em que Mariano colocou a bola nos pés de Lucho, que bem posicionado rematou em jeito, fazendo o segundo golo, o da tranquilidade.

Depois, foi o descansar natural, controlar o tempo, o adversário, gerir o jogo e o plantel.

Vitória certa por números errados. A exibição merecia um resultado mais gordo, sendo penalizada pela falta de pontaria dos artilheiros. O artista do apito, o bracarense Cosme Machado, teve o condão de também ele contribuir para este resultado mais equilibrado.

Duas penalidades por marcar, com a agravante de ter mostrado o amarelo a Lisandro, o homem de negro deixou a sua marca.

Gostei das prestações de Andrés Madrid, muito eficaz e simples na distribuição da bola, mostrando-se uma boa alternativa; de Rodriguez, para mim o melhor; também de Cissokho e intermitentemente de Mariano Gonzalez.



quinta-feira, 12 de março de 2009

O FUNDADOR E O PRIMEIRO JOGO

António Nicolau D'Almeida, filho de um importante exportador de vinho do Porto, desta cidade, numa das viagens de negócios a Inglaterra, fascinado com a moda mais recente e mais chique, daquelas paragens o «futeball association», decidiu introduzir a modalidade na cidade do Porto.

Para tal, com outros amigos, fundou a 28 de Setembro de 1893 o FOOTEBALL CLUB DO PORTO.

O «Diário Ilustrado», de Lisboa publicou na sua edição desse dia a seguinte notícia:

«Fundou-se no Porto um clube denominado Football Clube do Porto, o qual vem preencher a falta que havia no Norte do País de uma associação para os jogadores daquela especialidade. No segundo domingo de Outubro inaugura-se o clube oficialmente, com um grande match entre os seus sócios no Hipódromo de Matosinhos. Que o Footeball Clube do Porto apure um grupo rijo de jogadores e que venha medir-se ao campo com os jogadores do Clube Lisbonense, do Real Gymnásio Club, do Grupo de Carcavelos ou de Braço de Prata, para animar desafios de futebol como são já as corridas de bicicletas. Eis o que desejamos».

Em Outubro desse ano, dentro da maior privacidade realizou-se o primeiro treino, no Campo do Prado, em Matosinhos, contra um grupo de Aveiro. Dias mais tarde o Clube organizou um treino intersócios, anunciado nos jornais da época. Uma hora depois o FC Porto realizou o primeiro jogo da sua história contra o grupo de Aveiro, dirigido por Mário Duarte, no Hipódromo de Matosinhos.


Sem margem para dúvidas, o Futebol Clube do Porto tinha nascido. Foi o primeiro grupo português de futebol criado na cidade do Porto e um dos primeiros clubes portugueses de futebol, o único sobrevivente entre tantos pioneiros e, por isso, o mais antigo clube português actualmente existente.

Seguiram-se outros jogos no mesmo local, mas António Nicolau D'Almeida quis ir mais além. Conhecia a existência de um clube de futebol em Lisboa, o Clube Lisbonense. Escreveu ao seu presidente, Guilherme Pinto Basto e convidou o seu team a jogar contra o FC Porto. A 2 de Março de 1894, incluído nas comemorações do quinto centenário do nascimento do Infante D. Henrique, realizou-se no campo do Oporto Cricket, no Campo Alegre (o campo dos ingleses na Foz do Douro), o jogo entre o FC Porto e o Club Lisbonense, para disputa do Cup D'El-Rey, uma valiosa taça em prata e ouro que foi ganha pela equipa visitante por 2-0. Esteve presente toda a família real. Ao lado do Rei ficou António Nicolau D'Almeida.

Dois anos mais tarde, com o casamento do presidente com uma inglesa que considerava este desporto demasiado violento, aconselhou-o a praticar ténis, o entusiasmo pelo futebol esmoreceu acabando por abandonar o clube. Em 1906, apercebendo-se do entusiasmo do seu amigo José Monteiro da Costa, pelo futebol incentivou-o a continuar o seu Futebol Clube do Porto. O repto lançado foi prontamente aceite e o Futebol Clube do Porto relançado ainda com mais entusiasmo.

Fontes: Fotobiografia de Rui Guedes e 100 Anos de História de Álvaro Magalhães e Manuel Dias

quarta-feira, 11 de março de 2009

VOCAÇÃO EUROPEIA

FICHA DO JOGO

(Clicar no quadro para ampliar)

Com a igualdade conseguida no jogo de hoje, o FC Porto garantiu, após um interregno de quatro épocas, a passagem aos quartos de final da Champions League.

Num jogo em que cabia ao Atlético procurar o golo, já que a igualdade a dois consentida no seu estádio dava vantagem aos portistas, foi o FC Porto que começou a impor o ascendente, empurrando os colchoneros para junto da sua área.

Foram 30 minutos de pressão alta, de domínio e controlo das operações mas sem grandes ocasiões de golo. O remate mais perigoso saiu dos pés de Fernando que em posição frontal à baliza, à entrada da área fuzilou obrigando o guarda-redes contrário a aplicar-se. Bruno Alves de livre já tinha assustado os espanhois.


O Atlético mantinha-se numa toada prudente, resguardando o seu reduto, incapaz de incomodar Helton. Com Diego Forlan no banco, os madrilenos apostavam no erro dos Dragões que felizmente nunca surgiu e só após a meia hora inicial conseguiram equilibrar no meio campo.

No reatamento continuou o equilibrio mas foi o FC Porto que acelerou na procura do golo da tranquilidade que poderia ter surgido em várias ocasiões. Duas bolas nos ferros e algumas defesas apertadas de Leo Franco, que tal como em Madrid, voltou a salvar a sua equipa da derrota, contribuiram para o nulo final no marcador.

O Atlético saiu do Dragão com um empate lisonjeiro que todavia não evitou a eliminação mais que justa, pois no conjunto da eliminatória foi evidente a superioridade do FC Porto.

Como se previa Simão e Assunção foram vaiados todo o jogo e Maniche foi brindado com aplausos. A justiça portista a funcionar!

Não é fácil destacar uma exibição mais conseguida numa equipa que actuou num ritmo elevado com muita personalidade, muito unida, solidária, de enorme controlo emocional. Porém, acho que é da mais elementar justiça premiar Raúl Meireles que esteve simplemente impecável.

Esta importante vitória coloca-nos entre as oito melhores equipas da Europa, dá prestigio e milhões.

Agora..., venha o diabo e escolha!

segunda-feira, 9 de março de 2009

A CORJA JORNALEIRA

As insinuações covardes prepertadas por Rui Santos, no programa tempo extra da Sic, são demonstrativas do desespero que invade a Comunicação Social em geral e alguns «espécimes» em particular.

Ciente que a CS é uma arma muito poderosa, há muito dominada pela vertente económica, capaz de «influenciar» a opinião pública na medida dos seus interesses, o que equivale a dizer, capaz de «trabalhar» as notícias e «fabricar» especulações para que os pacóvios do costume as consumam e tenham o orgasmo colectivo de que tanto necessitam, para exorcizar as frustrações que a realidade lhes impõe, o comentador da antena, que nunca olhou a meios para atingir os fins, decidiu mais uma vez retirar a máscara de defensor da verdade desportiva e descarregar toda a sua fúria, face a mais uma vitória, com que provavelmente não contava, do FC Porto.

Da sua mente perversa sairam algumas pérolas, do rescaldo do Leixões-FC Porto:

Que Beto, o melhor guarda-redes desta época até então, teria facilitado o segundo golo como resultado da promessa de transferência para os Dragões (Notícia não confirmada que a famigerada CS tem vindo a explorar de algumas semanas para cá);

Que Hugo Morais teria provocado penalty a troco de qualquer coisa que o próprio deveria confessar;

Que deveriamos ficar atentos a quem vai pagar os salários em atraso dos leixonenses.

Enfim, um completo descontrolo emocional que o coloca na fronteira do ridículo, tanto mais que uma semana atrás o mesmo atraso salarial bem como o auto-golo de Elvis não constituiram quaisquer suspeitas.

É destes espertos que a CS está servida, para gáudio dos invejosos e frustrados ,que aproximam cada vez mais este País, do terceiro mundo.

sábado, 7 de março de 2009

AGITAÇÃO DO MAR TEVE BOM PORTO

FICHA DO JOGO

(Clicar no quadro para ampliar)

O FC Porto deu hoje mais um sinal de querer vencer este campeonato ao derrotar categoricamente o Leixões no seu reduto por margem que não deixa dúvidas.

A deslocação que se antevia difícil acabou por ser um passeio já que os matosinhenses nunca foram capazes de travar a melhor organização portista. Fortes na defesa e rápidos no ataque, o FC Porto obrigou o Leixões a abrir espaços e a permitir que os avançados portistas aparecessem com perigo perto da sua área. Em dois minutos Hulk e Farías desperdiçaram duas ocasiões. Os vareiros só de meia distância tentavam a sua sorte.

Aos 22', na sequência de um canto, a mão do defesa Hugo Morais antecipa-se à cabeça de Rolando, provocando grande penalidade inequívoca que o árbitro da partida prontamente assinalou. Lucho Gonzalez chamado à marcação, atirou colocado ao lado direito não dando hipóteses de defesa.

Até final do primeiro tempo Farías ainda dispôs de nova oportunidade mas atirou ao lado.

No reatamento o Porto voltou dominador e cinco minutos volvidos Hulk, aproveitando um atraso deficiente de Laranjeiro, interceptou a bola correu para a área e fuzilou para o segundo golo.

O Leixões acusou o novo golpe acentuando-se o domínio portista até final com mais oportunidades a surgirem.

Meireles concluiu uma das melhores jogadas portistas, para o terceiro e Farías de cabeça fechou a contagem para os Dragões. O resultado sofreria ainda alteração com um brinde de Helton no último minuto da partida. Com a bola perfeitamente dominada nas suas mãos, o brasileiro tropeçou nas pernas de Cissoko e na queda largou a bola que ficou à disposição de Diogo Valente que agradeceu a oferta. Mais um frango incrível.

A actuação portista teve alguns momentos brilhantes mas esteve longe de ser perfeita. Jesualdo surpreendeu ao deixar Lisandro no banco e com o avolumar do resultado pode ainda fazer descansar na parte final da partida Hulk e Lucho.

As melhores exibições dos Dragões pertenceram a Fernando, Lucho e Hulk.







sexta-feira, 6 de março de 2009

HÁ MAR E MAR, HÁ IR E GANHAR

Vai jogar-se no Estádio do Mar, em Matosinhos a partida mais importante da 21ª jornada da Liga Sagres, o Leixões-FC Porto.

Escusado será dizer que se trata de uma deslocação difícil dos tricampeões nacionais que vão pôr mais uma vez à prova a capacidade e o estofo de campeão.

Privado que está dos laterais direitos Fucile e Sapunaru, ainda a recuperarem de arreliadoras lesões e de Cristian Rodrigues, a cumprir castigo após o 5º amarelo visto no jogo contra o Sporting, Jesualdo vai ter de improvisar para apresentar uma formação o mais equilibrada possível. Lisandro Lopez, Cissokho e Lucho Gonzalez parecem estar restabelecidos, atenuando de algum modo as preocupações.

Com o jogo da Liga dos Campeões no horizonte, temo que alguns atletas se protejam e não se apresentem com a determinação indispensável para superar as dificuldades que a aguerrida turma leixonense decerto irá colocar, procurando explorar mais esse factor aliando-o à sua inegável qualidade que faz dela a grande surpresa da prova.

O professor vai ter uma nova oportunidade para demostrar, ou não, quão injustas serão as críticas de quem o catalóga de treinador medroso (eu incluo-me neste lote).

São os seguintes os jogadores convocados: Helton, Nuno, Ivo Pinto, Rolando, Bruno Alves, Stepanov, Pedro Emanuel, Cissokho, Fernando, Raúl Meireles, Andrés Madrid, Tomás Costa, Lucho Gonzalez, Mariano Gonzalez, Lisandro Lopez, Hulk, Farías, Rabiola e Tarik Sektioui.

EQUIPA PROVÁVEL



21ª Jornada da Liga Sagres
Estádio do Mar - Matosinhos
Dia 07.03.2009 às 21:00 H
Árbitro: Rui Costa - A.F. do Porto
Transmissão: RTP 1

quarta-feira, 4 de março de 2009

O PIONEIRO DAS CONQUISTAS

A gloriosa jornada do primeiro campeonato nacional de futebol, apelidado de Campeonato de Portugal, primeira competição oficial organizada no nosso país pela União Portuguesa de Futebol (Organismo que viria a transformar-se na actual FPF), só poderia ter um vencedor. Adivinhem! Pois claro, o nosso FC Porto.

Disputado pelo sistema eliminatório, o campeonato de 1921/1922, decidiu-se numa emotiva final a duas mãos entre a equipa portista e o Sporting.

O primeiro jogo foi na Constituição e o Porto ganhou por 2-1. Depois, no Campo Grande, em Lisboa, 2-0 para o Sporting, obrigando a terceiro jogo, que por sorteio calhou disputar-se no Porto, mas no Bessa. Foi um jogo que decorreu numa tarde escaldante de Junho e num ambiente de perfeita loucura. No final dos 90 minutos, havia um empate a um golo, com o tento portista a pertencer a José Balbino. Veio o prolongamento e o FC Porto marcou mais dois golos, por João Nunes e João de Brito, resolvendo a questão. 3-1 foi o resultado final.

Campeões de Portugal 1921/1922: Da esquerda para a direita: Lino Moreira, João de Brito, Alexandre Cal, Balbino da Silva, João Nunes, Júlio Cardoso, Artur Augusto, Tavares Bastos, José Mota, Floriano Pereira e Velez Carneiro.

segunda-feira, 2 de março de 2009

A TÁCTICA DA SARRAFADA

Depois de copiosamente derrotado no seu estádio, pelos alemães do Bayern de Munique, equipa da alta roda do futebol europeu, o Sporting trouxe para o Estádio do Dragão uma forma diferente de se opor, a outra equipa, esta portuguesa, igualmente das altas esferas europeias, o FC Porto.

Sabendo antecipadamente que utilizando a mesma brandura se candidataria a levar o saco cheio, decidiu-se por um estilo de jogo físico, agressivo, mesmo violento, (as imagens abaixo são elucidativas) com uma boa parte da equipa dedicada à táctica da sarrafada, desde o primeiro minuto com destaques para Pedro Silva, Derlei, Grimi e Rochemback, como forma de intimidar os seus opositores.

A estratégia funcionou, diga-se em abono da verdade, pela tolerância do artista do apito, um tal João Ferreira, militar de profissão incapaz de se impôr disciplinarmente. Graças à sua falta de coragem, Pedro Silva cometeu a proeza de sair do Dragão imaculado e Derlei sem o vermelho ( pisadela em Cissokho que o afastou do jogo e provavelmente da próxima jornada).

A táctica acabou por dar frutos mas não foi perfeita já que Grimi acabou vitíma da própria violência, tendo de abandonar o terreno de jogo mais cedo por lesão.

Nestas circunstâncias era difícil fazer melhor pelo que o resultado acabou por ser normal.

A mentalidade de Calimero esteve também presente com protestos constantes junto do árbitro, a cada falta, a cada bola fora, a cada canto, enfim...